sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Reforma ou Pacote Tributário? *Boanerges Cezário



O Prefeito Carlos Eduardo deu uma bola fora apresentando uma pretensa reforma tributária junto à Câmara Municipal.



Assumiu a gestão após um desastre da administradora anterior, mas não pode mais fugir à necessidade de emprestar eficiência a máquina administrativa.

Como é sabido, em face das necessidades econômicas, de otimização e do uso racional da máquina pública, esquece o prefeito que é necessário que se planejem novos rumos para que a Administração Pública verdadeiramente trilhe no caminho da plena eficiência.

Não se concebe desenvolvimento se uma folha de pessoal ultrapassa os limites da razoabilidade, engessando os investimentos em infraestrutura, que alavancam a economia, geram empregos e impostos.

O prefeito precisa fazer o seu “dever de casa”, ou seja, emprestar e exigir mais eficiência dos serviços públicos e não só maquiar a fotografia da cidade e canteiros urbanos.


Um dos pontos nevrálgicos da reforma é a dificuldade financeira por que passa o município com crescimento no saldo da dívida ativa, enquanto que a receita obtida com a sua cobrança não supre o caixa.

O Judiciário já possui  varas privativas para cobrança da dívida ativa. O desencadeamento de uma operação conjunta, aproximação e diálogo com o Judiciário, ensejaria um novo conceito de cobrança e resultados.

Nesse diapasão, cabe ao gestor municipal revigorar a execução e a cobrança da dívida ativa, bem como efetivar ações preventivas evitando a inscrição dos valores na dívida ativa.


O município parece ser o extrato onde a conta do descontrole público aparece mais evidente, mesmo com todo o aparato legal e fiscalizador que se tem hoje, ou seja, tem gente “escorada” de mais nas tetas da viúva chamada fazenda pública.

Nesses casos, é preciso cortar os excessos para não sangrar os cofres públicos.
 Serviço Público é para observar a legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e, acima de tudo, eficiência.

Quanto aos absurdos de passar por cima de uma lei que exigia audiência pública, oferecer desconto de 80% aos grandes devedores e a contraditória posição da vereadora que criou a tal lei, é a prova que a reforma parece mais com um pacote de medidas tributárias que não irá resolver o problema no caixa da Prefeitura.

O que interessa no momento é a efetivação de algumas ações básicas:

1) arrecadar melhor com mais eficiência, revigorando a Fazenda Municipal, incluindo reaparelhamento e qualificação de pessoal paralelo a rede de arrecadação;

2) incrementar a cobrança e execução da dívida ativa de forma mais eficaz, realizando concursos para ampliar o quadro de procuradores e servidores capazes de enfrentar o desafio de apresentar resultados na respectiva cobrança.

3) Com relação à folha de pessoal, a definição de critérios de planos de capacitação de pessoal é sem dúvida um ponto a ser questionado e cobrado dos gestores.

Em suma, o Prefeito e sua bancada perderam uma grande oportunidade de encerrar o ano com uma imagem melhor.



*Estudante de Geografia