As redes sociais e a mídia em geral bombaram nos últimos dias
com a reclamação do forrozeiro de primeira grandeza Flávio José por ter seu tempo de
apresentação diminuido, em face da produção do show em Campina Grande ter-lhe
avisado da referida diminuição em cima da hora.
O que pode está
acontecendo é um fenômeno do tempo., ou seja, o público forrozeiro não vem
comparecendo aos shows o que leva a diminuir o tempo dos forrozeiros em shows
diversos.
O mercado da música é como todo mercado, vive da compra e
venda.
Pode ser que o público que está indo aos shows é o de Gustavo Lima.
Como tudo que envolve negócio, seja ele cultural ou não, não
se pode "vender" o que estão deixando de "comprar".
A pisada na bola foi do prefeito, que incluindo Gustavo Lima
na programação, desconfigurou o espírito da coisa, que é São João com forró.
Agora ele não pode ostentar o titulo de maior são joao do mundo para a cidade
de Campina Grande.
Gustavo e Flávio tem que cumprir ordens do contratante.
Agora, os prefeitos de Caruaru, Mossoró, dentre outras
cidades podem disputar o título de maior são joao do mundo, pois Campina Grande
se desnaturou e se assim continuar vai metamorfosear para outro tipo de evento,
mas não São João...
Eu, como forrozeiro, não vou
a show de Gustavo nem de
graça, nada contra, mas não faz meu estilo, já de Flávio José vou aonde for e
pago...só não estou indo no momento porque o joelho está em tratamento, certamente por falta de forró...
Talvez esteja aí a origem da falta de público para o forró,
quem gosta de forró tá distante ou
porque não vai ou porque o esqueleto não deixa, no momento, meu caso.
Valeu o protesto de Flávio pra chamar atenção. Agora o são joão de Caruaru
passou à frente sendo 100% forró, aliás qualquer outra cidade que mantiver acesa a
chama do São João com forró pode pegar o título que Campina Grande decidiu perder...
Fica a dúvida se só tivesse forró a festa teria público do
tamanho que já é conhecido?
O tempo muda, os gostos mudam e a plateia muda também...
Enfim, lembro que nos anos 80 os sambistas fizeram um
protesto assim, alertando para o excesso de músicas estrangeiras e pouca
execução de sambas e shows afins.
Naquele momento, se reuniram na casa de João Nogueira e
gritaram pelo espaço do samba. De lá pra
cá o samba revigorou.
A cultura forrozeira parece sofrer um problema parecido, fica
o desafio: quem vai puxar o bonde do
forró e botar a boca no trombone?
Blogueiro e Forrozeiro*
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