quinta-feira, 31 de julho de 2025

MORANGO DO AMOR, HUME E O BIG DATA: ALGUMAS INDAGAÇÕES

 

 Boanerges Cezário*


O Grande filósofo empirista, o escocês David Hume, declarou certa vez que "O costume é, pois, o grande guia da vida humana. É o único princípio que torna útil nossa experiência e nos faz esperar, no futuro, uma série de eventos semelhantes aqueles que apareceram no passado" (COTRIM, Eduardo. Fundamentos da Filosofia, 2006, p. 153, editora saraiva) 

 
Então, vejo diariamente que o tema vem sendo explorado na imprensa e redes sociais, pois na net é assim, tudo é rápido e hiperboliza em horas ou dias.  
Hoje em dia, há uma verdadeira explosão de dados trafegando na rede mundial, que engloba uma gama variada de assuntos. Coisas aparentemente inúteis a assuntos ligados a segurança mundial.  
 
O BIG DATA é o que define esse conjunto de dados e informações que produzimos e inserimos no mundo digital.  
 
Por incrível que pareça, não estamos falando em dados com certezas de planejamento, mas do caos, os chamados "dados não estruturados".  
 
A visão do momento é que a não estruturação, ou o que pensamos que seja, é valiosa, pois com as necessárias associações algorítmicas o que é ou foi considerado lixo pode ser útil e explicar, por exemplo, um perfil de um cliente que "vai às compras" na net, mas não as finaliza. Incrível, não?  
 
Dados trafegando na internet, reunindo um conjunto de variados, alimentados por um usuário, que procure coisas aparentemente inúteis a assuntos pessoais, o Big Data realizaria suas conexões para delinear um aparente perfil daquele indivíduo.  
 
Não quero adentrar na Metodologia da Ciência contemporânea ou mesmo partir para a discussão sobre o anarquismo epistemológico como queria Feyerabend.  
 
Quero não ir muito longe, pois inoportuno no momento analisar a metafísica desde seus princípios em face da pequena extensão desse texto.  
 
Queria sim provocar, e já estou provocando, uma leitura proposital sobre algumas conclusões efetivadas por David Hume, como se vivo estivesse, diante de uma análise sobre o fenômeno BIG DATA.  
 
Marilena Chauí fala que o escocês empirisita e cético, Hume, analisando apontamentos de sua teoria do conhecimento, mostrou "...que o sujeito do conhecimento opera associando sensações, percepções e impressões recebidas pelos órgãos dos sentidos e retidas na memória. As ideias nada mais são do que hábitos mentais de associação de impressões semelhantes ou de impressões sucessivas.”. (CHAUÍ, Marilena. Iniciação à Filosofia, 2010, , p. 204, editora ática) 

Faço as seguintes perguntas:  
 
01) o BIG DATA seria um modelo antevisto por Hume, pois naquele momento em que ele tecia suas considerações filosóficas não havia computador, Big Data e demais anexos tecnológicos?  
 
02) Na linha da Filósofa acima citada, a retenção na memória BIG DATA seria "...o mero hábito que nossa mente adquire de estabelecer relações de causa e efeito entre percepções e impressões sucessivas, chamando as anteriores de causas e as posteriores de efeitos? " (CHAUÍ, Marilena. Iniciação à Filosofia, 2010, , p. 204, editora ática) 

 

É por isso, que diante de tantos algoritmos e enormes cabedais de recursos informativos sobre os usuários/indivíduos, indago ainda o seguinte:  
 
a) Até que ponto a informação colhida sobre um usuário é fiel a ele mesmo?  
 
b) Que "algoritmia" será desenhada para construir um perfil sem manipulação de desejos, marcas, gostos?  
 
c) Se a cada instante, estamos em constante mutação, como saber se a "algoritmia" foi mutante e atualizante no desconhecido universo caótico da net?  

 

Enfim, já imaginou o porquê de todo mundo, e talvez você, esteja fissurando e comendo ALGO que é RITMO do momento, o tal MORANGO DO AMOR?
 
Esses são, a meu ver, alguns pontos a considerar sobre o fenômeno BIG DATA sob uma visão Humeana.  

 


Escritor*

 

 

terça-feira, 15 de julho de 2025

SOBRE A PÉTALA DE DJAVAN


Boanerges Cezário*


Certa vez perguntei a Zé Bidu, um desconhecido filósofo nordestino, sobre o que ele achava de Djavan e suas letras esotéricas e exotéricas?

Ele olhou pra mim e riu, dizendo assim:

_ caro mancebo, você conhece a letra da música pétala?

Então começou a recitar os versos ,  comentando ao final de cada estrofe:

O seu amor

Reluz que nem riqueza asa do meu destino 

Clareza do tino pétala

De estrela caindo  bem devagar

E comentando comentou...

Bom, até agora não entendi porra nenhuma dessa letra, vou passar para a próxima estrofe,  depois volto  pra essa...

E Continuou...


O meu amor

Viver  é todo sacrifício feito em seu nome

Quanto mais desejo um beijo seu

Muito mais eu vejo gosto em Viver...


Vejamos, se Viver é um sacrifício, aí ele deseja um beijo,  que ele vai e  sente mais  gosto em viver por isso ...


Caramba, tão profunda a letra que o cara se afoga tentando  interpretar, vamos ao estribilho 😅


Por ser exato, o amor não cabe em si

Por ser encantado o amor revela-se

Por ser amor invade e fim


Vou já voltar para a primeira estrofe,  mas vejamos...

Desde quando o amor foi ou é exato?

Se é encantado não pode ser exato também

Afinal,  o que o amor invade e fim? Toda invasão em tese seria o começo, essa tá parecendo um amor tdah, que depois que invade finaliza, nem sabe por que invadiu rsrsrs 


Moral da historia: se seu filho(a) entender uma música do djavan sozinho e  explicar, peça uma bolsa em Harvard ou nas empresas que mineram cripto moeda, o cara é virado mesmo...ou não?!



Autor*