OLIGARQUIAS
POTIGUARES: O NOVO SEMPRE VEM?
Boanerges
Cezário*
Abrindo
o Dicionário Didático do Ensino Fundamental aleatoriamente, deparei-me com o
vocábulo OLIGARQUIA.
Ali
está consignado que se trata de “ 1 um sistema de governo em que um pequeno
grupo de pessoas, pertencentes ao mesmo partido, família ou classe, possui o
domínio cultural, social e político de um lugar, geralmente apenas visando os
benefícios próprios. 2 Estado que tem esse sistema de governo 3 Grupo
minoritário de pessoas que dirige e controla uma organização, instituição ou
coletividade, geralmente apenas visando os benefícios próprios.”
No
Blog do Professor Marcílio Moreira (http://marciliomoreira.blogspot.com/2011/04/oligarquias-no-rn-pode-ate-mudar-um.html) há uma opinião do também professor
José Lacerda Alves Felipe, que diz:
“as oligarquias do
estado dão apenas um “verniz” ao velho modelo de fazer política. “No Rio Grande
do Norte, as oligarquias fazem um processo de modernização e renovação sem
promover mudanças. A renovação é feita por familiares, o que faz com que as
famílias se mantenham no poder. Há uma renovação do quadro político, mas não há
mudança”, diz o geógrafo. “O grupo oligárquico permanece, com pessoas mais
abertas, o que dá impressão de transformação, mas ela não ocorre”, acrescenta.
Assim, nós eleitores das plagas norteriograndenses estamos sempre pensando que podemos mudar o estado de coisas para melhor. Ledo engano.
Assim, nós eleitores das plagas norteriograndenses estamos sempre pensando que podemos mudar o estado de coisas para melhor. Ledo engano.
O eleitor potiguar, que não é diferente da média nacional em
matéria eleitoral, costuma votar sem saber o porquê daquele candidato querer
ser eleito, os reais interesses do novo, os reais propósitos de políticos que
se propõem à realização de mudanças.
Fantasiados de salvadores da pátria, os descendentes se apresentam
como a solução para todas as mazelas do Estado.
Não é necessário citar nomes, basta ler as colunas políticas, para
a próxima campanha municipal, ou estadual, para ver nos candidatos a candidatos
como seus sobrenomes lembram algum avô, pai, tio, irmão, sobrinho e por ai vai.
Eles têm culpa no cartório? Não, claro que não. Os eleitores é que
se inebriam com mensagens de mudança. Alguns (os espertalhões) votam porque
querem auferir alguma vantagem sobre as combalidas contas de governo,
alimentadoras de pseudo-empresários. Esses, enriquecem nas licitações
fraudulentas e gostam de se vangloriar dizendo que são “empresários”, que “não
suportam servidores públicos”, ou seja, pensam que são empreendedores da
iniciativa privada, quando na verdade não passam de bibelôs, piores que os
barnabés de carreira, pois quando muda a família instalada no poder,
curiosamente tais empresas fecham e seus donos também somem do meio
empresarial.
Em casos de greve de professores, por exemplo, os governadores,
prefeitos e outros parecidos não se comovem muito com um professor ganhando
pouco, com as condições precárias das escolas. E faz sentido, porque na verdade
essa elite estudou nos melhores colégios daqui, de Recife, do Rio, de Brasília,
então para que se preocupar com isso? -Alguém
já viu os filhos dessas autoridades estudando em colégios públicos estaduais ou
municipais?
Em relação à saúde do cidadão, também não se preocupam esses
tradicionais políticos, pois quando necessitam vão a São Paulo, Rio ou até o
exterior para se cuidarem. Ou alguém já viu um Prefeito, Governador na fila do
SUS ou requerendo na Justiça o Direito de ser atendido, de realizar uma
cirurgia?
Belchior em uma de suas músicas diz “que o novo sempre vem”, mas aqui vem de uma forma diferente, vem
maquiado, penteado, fabricado pela mídia como a cara da mudança.
Para mudar esse quadro, o eleitor precisa quebrar o paradigma de
votar em famílias tradicionais e ter coragem para depositar nas urnas um voto de
confiança nas novas caras da mudança (e não nas coroas oligárquicas e suas
descendências).
Será que somos um Estado de eleitores incompetentes? Que tal
eleger alguém novo de verdade? Que tal quebrar regras e inovar?
Eleição custa caro.
*
Estudante de Geografia
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