sexta-feira, 5 de setembro de 2025
A VERDADE SOBRE O DIA 7
quinta-feira, 31 de julho de 2025
MORANGO DO AMOR, HUME E O BIG DATA: ALGUMAS INDAGAÇÕES
Boanerges Cezário*
O Grande filósofo empirista, o escocês David Hume, declarou
certa vez que "O costume é, pois, o grande guia da vida humana. É o único
princípio que torna útil nossa experiência e nos faz esperar, no futuro, uma
série de eventos semelhantes aqueles que apareceram no passado" (COTRIM,
Eduardo. Fundamentos da Filosofia, 2006, p. 153, editora saraiva)
Então, vejo diariamente que o tema vem sendo explorado na imprensa e redes
sociais, pois na net é assim, tudo é rápido e hiperboliza em horas ou dias.
Hoje em dia, há uma verdadeira explosão de dados trafegando na rede mundial,
que engloba uma gama variada de assuntos. Coisas aparentemente inúteis a
assuntos ligados a segurança mundial.
O BIG DATA é o que define esse conjunto de dados e informações que produzimos e
inserimos no mundo digital.
Por incrível que pareça, não estamos falando em dados com certezas de
planejamento, mas do caos, os chamados "dados não estruturados".
A visão do momento é que a não estruturação, ou o que pensamos que seja, é
valiosa, pois com as necessárias associações algorítmicas o que é ou foi
considerado lixo pode ser útil e explicar, por exemplo, um perfil de um cliente
que "vai às compras" na net, mas não as finaliza. Incrível, não?
Dados trafegando na internet, reunindo um conjunto de variados, alimentados por
um usuário, que procure coisas aparentemente inúteis a assuntos pessoais, o Big
Data realizaria suas conexões para delinear um aparente perfil daquele
indivíduo.
Não quero adentrar na Metodologia da Ciência contemporânea ou mesmo partir para
a discussão sobre o anarquismo epistemológico como queria Feyerabend.
Quero não ir muito longe, pois inoportuno no momento analisar a metafísica
desde seus princípios em face da pequena extensão desse texto.
Queria sim provocar, e já estou provocando, uma leitura proposital sobre
algumas conclusões efetivadas por David Hume, como se vivo estivesse, diante de
uma análise sobre o fenômeno BIG DATA.
Marilena Chauí fala que o escocês empirisita e cético, Hume, analisando
apontamentos de sua teoria do conhecimento, mostrou "...que o sujeito
do conhecimento opera associando sensações, percepções e impressões recebidas
pelos órgãos dos sentidos e retidas na memória. As ideias nada mais são do que
hábitos mentais de associação de impressões semelhantes ou de impressões
sucessivas.”. (CHAUÍ, Marilena. Iniciação à Filosofia, 2010, , p. 204,
editora ática)
Faço as seguintes perguntas:
01) o BIG DATA seria um modelo antevisto por Hume, pois naquele momento em que
ele tecia suas considerações filosóficas não havia computador, Big Data e
demais anexos tecnológicos?
02) Na linha da Filósofa acima citada, a retenção na memória BIG DATA seria
"...o mero hábito que nossa mente adquire de estabelecer relações de
causa e efeito entre percepções e impressões sucessivas, chamando as anteriores
de causas e as posteriores de efeitos? " (CHAUÍ, Marilena. Iniciação à
Filosofia, 2010, , p. 204, editora ática)
É por isso, que diante de tantos algoritmos e enormes
cabedais de recursos informativos sobre os usuários/indivíduos, indago ainda o
seguinte:
a) Até que ponto a informação colhida sobre um usuário é fiel a ele mesmo?
b) Que "algoritmia" será desenhada para construir um perfil sem
manipulação de desejos, marcas, gostos?
c) Se a cada instante, estamos em constante mutação, como saber se a
"algoritmia" foi mutante e atualizante no desconhecido universo
caótico da net?
Enfim, já imaginou o porquê de todo mundo, e talvez você,
esteja fissurando e comendo ALGO que é RITMO do momento, o tal MORANGO DO AMOR?
Esses são, a meu ver, alguns pontos a considerar sobre o fenômeno BIG DATA sob
uma visão Humeana.
Escritor*
terça-feira, 15 de julho de 2025
SOBRE A PÉTALA DE DJAVAN
Boanerges Cezário*
Certa vez perguntei a Zé Bidu, um desconhecido filósofo nordestino, sobre o que ele achava de Djavan e suas letras esotéricas e exotéricas?
Ele olhou pra mim e riu, dizendo assim:
_ caro mancebo, você conhece a letra da música pétala?
Então começou a recitar os versos , comentando ao final de cada estrofe:
O seu amor
Reluz que nem riqueza asa do meu destino
Clareza do tino pétala
De estrela caindo bem devagar
E comentando comentou...
Bom, até agora não entendi porra nenhuma dessa letra, vou passar para a próxima estrofe, depois volto pra essa...
E Continuou...
O meu amor
Viver é todo sacrifício feito em seu nome
Quanto mais desejo um beijo seu
Muito mais eu vejo gosto em Viver...
Vejamos, se Viver é um sacrifício, aí ele deseja um beijo, que ele vai e sente mais gosto em viver por isso ...
Caramba, tão profunda a letra que o cara se afoga tentando interpretar, vamos ao estribilho 😅
Por ser exato, o amor não cabe em si
Por ser encantado o amor revela-se
Por ser amor invade e fim
Vou já voltar para a primeira estrofe, mas vejamos...
Desde quando o amor foi ou é exato?
Se é encantado não pode ser exato também
Afinal, o que o amor invade e fim? Toda invasão em tese seria o começo, essa tá parecendo um amor tdah, que depois que invade finaliza, nem sabe por que invadiu rsrsrs
Moral da historia: se seu filho(a) entender uma música do djavan sozinho e explicar, peça uma bolsa em Harvard ou nas empresas que mineram cripto moeda, o cara é virado mesmo...ou não?!
Autor*
sábado, 28 de junho de 2025
ANFIBIOS ANUROS. (Mais uma fábula de Zé Bidu, antes do jogo Palmeiras x Botafogo)
Essa semana encontrei Zé bidu, desconhecido filósofo do agreste nordestino, chamei-o para tomar um café torrado para tecer um.moído sobre a peleja palmeiras versus Botafogo.
Depois de abrir um pacote de bolacha, puxei um prato sopeiro, despejei café dentro e empurrei pra cabeceira da mesa para Zé começar o lanche e soltar a prosa esportiva.
Primeiro perguntei:
_ Zé, que acha da partida hoje as 12h 40min, tem algum palpite?
Ele olhou espantado e disse:
_ que partida?
Falei:
_ a de futebol, Zé, entre Palmeiras e Botafogo...
Ele disparou:
_ não entendo de futebol, torço pelo Palmeiras de 1978, tempo de Leão, Luiz Chevrolet, leivinha, Ademir da Guia, entre outros, mas o Palmeiras sempre foi uma grande equipe...acho inclusive que o Palmeiras sempre priorizou a gestão, então até uma equipe da 3a divisão ,se for comandada pela direção palmeirense , decola...
_ já vi que você é torcedor antigo mesmo, mas você não vê o bom momento do Botafogo como forte demais?
_ veja bem, preclaro mancebo, há um bom momento, sim, mas não se engane com o entusiasmo da torcida botafoguense, que me parece maior que a força mecânica do engenhão...
_ cuidado para não provocar a ira dos torcedores da estrela solitária rsrs
_ claro que não é isso que quero dizer, mas a torcida do bota parece um batráquio...
_ explique isso melhor, Zé...
_ veja bem, primeiro que tudo vou relembrar o que seja um batraquio, que é sinônimo de anfíbio anuro, pois como hoje ninguém faz mais palavras cruzadas (que desenvolvem o cérebro) , ninguém vai lembrar das famosas perguntas "anfíbio Anuro ou batraquio "? Resposta: Sapo, rã
_ pessoal hoje vai pro Google, né Zé?
_ sim, mas atrofia o cérebro e o usuário fica mais acomodado...
_ mas, enfim, Zé, explique logo, pois tá quase na hora da partida
_ ah, tá. Olhe só, a torcida do bota parece.com os batráquios, ou seja, dormem quando o tempo tá ruim e acordam fazendo barulho danado quando a chuva chega...
_ Zé, pegasse pesado agora...rsrsrs
Ele emborcou o prato sopeiro sorvendo o resto do café , pegou um punhado de bolacha e saiu ligeiro.
Ainda perguntei :
_ homi pra que essa correria?
Ele disse assim porque assim ele disse:
_ dependendo do resultado da partida, eu sumirei por alguns dias...
_ por que, Zé?
_ veja bem, se o Botafogo ganhar, aparecerão .mais batraquios fazendo algazarra, mas vão me chamar pra tomar cerveja , mas se o Palmeiras vencer, os anfíbios anuros vão lançar veneno em quem torceu contra , vão submergir de novo e ninguém os achará.
Moral da história: nunca duvide da força de um anfibio mesmo que esteja em pleno verão...ou nao!?
sábado, 7 de junho de 2025
METAMORFOSE OU MORTE ENREDADA?
Boanerges Cezário*
(adaptado a partir de
pergunta de colega
de trabalho)
Era um sábado e eu tava divagando...
Um dia desses, um colega nosso aposentado postou um vídeo de uma aranha
"empacotando" uma borboleta. Um vídeo bobo, mas que foi uma virada de chave para mim!
Pensei: por que ainda estou aqui entre papéis (virtuais ou não) e não lá
fora observando a vida? Por que estou levando más notícias em vez das Boas
Novas?
Qual o real valor de 30% a menos no salário quando a gente se aposenta?
Como sou cristã, um versículo me veio à mente:
"Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo
consomem, e onde os ladrões minam e roubam"
Lembrei tambem de que alguém ficará feliz em assumir o cargo que ficará
vazio, quando me aposentar
Por isso, o pedido da aposentadoria
Ainda meio inquieta, enviei uma mensagem
para o filósofo Zé Bidu, que sempre escuta a gente quanto estamos em dúvida.
Em alguns minutos, ele respondeu
assim:
“Fico feliz porque você viu que a paz, o sossego e a vida no seu casulo tem que nesse momento serem
melhor avaliados.
A borboleta é o maior símbolo de metamorfose, mas se não cuidar vira
alimento de uma simples aranha.
A opção pelo outro caminho, que seria voar, faria ela acasalar,
distribuir mais beleza pelos jardins.
Num crucial momento, como você viu no vídeo que lhe enviei, a borboleta
resolve parar numa rede para um breve descanso. Seria o descanso uma solução,
mas não, era o descanso da acomodação...Assim, virou um casulo embalsamado, construído por um ser estranho ao caminho que ela
construira depois de grande metamorfose.
Por incrível que pareça, ela (a
borboleta) voltou e sucumbiu num casulo que ela nao construiu...”
Moral da historia: O ser humano está sempre enredado numa metamorfose ou se metamorfoseando numa rede....ou não!?
Escritor*
quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
SE FOR BEBER, NÃO CASE, MAS SE JÁ CASOU O PROBLEMA É SEU
Um belo domingo de sol, fui dar
uma caminhada no Parque das Dunas e encontrei uma velha amiga, que quando me
viu foi logo sorrindo e me dando aquele abraço. É uma amiga que apesar de nos
vermos pouco, quando aparece, está sempre sorrindo e com muitas estórias para
contar. Estudamos inglês numa turma onde a professora era nativa e treinávamos
conversação durante os sábados. Terminaram as aulas, ficou a amizade e acabou
que um dia o destino fez a gente trabalhar na mesma empresa.
Deixando a conversa de apresentação,
quando ela me viu foi logo avisando:
- Amigo, tenho uma história para contar para Zé
Bidu....todo dia uma história. Tô ficando igual aquelas "véias" numa
cadeira de balanço contando histórias de trancoso🤣
Falei que ele não estava pela cidade, mas pedi que
narrasse o fato, que eu contaria pra ele. E assim ela contou como o fato foi
por que assim foi o fato:
Lá para as bandas de Mossoró, no início da década
de 60, um irmão da sua avó decepcionado com o fim do casamento foi- se embora
para São Paulo e sumiu na poeira.
Já fazia uns cinco anos que ninguém tinha notícias.
Um irmão do meu pai era seminarista e foi para um seminário em São Paulo.
Passou três anos estudando lá e procurou em vão por esse tio. Getúlio era o
nome do tio desaparecido.
Faltando poucos dias para voltar para Mossoró, o
meu tio foi ao centro de SP e ao correr para pegar o bonde, seu chapéu voou e
um homem se abaixou para pegar.
Meu tio
perdeu o bonde e foi até o homem. O tal homem era seu tio Getúlio!
Por causa
desse encontro, Getúlio voltou para Mossoró para alegria da minha bisavó.
Lembro do
tio Getúlio. Vivia na casa da minha bisavó que ficava nos fundos da casa da
minha avó.
Sempre mal humorado e levemente bêbado. Morreu
quando eu era ainda criança
Minha mãe diz que, quando jovem, ele era beeeem
bonito, mas os anos de desleixo e bebida o modificaram.
A narrativa era dramática e trágica,
mas era uma boa prosa para levar pra Zé Bidu e saber a opinião dele.
Enfim, como ele não usa nem quer ter
celular, esperei chegar o sábado, pois viajo sempre para o sítio e ali sempre
regado a um café de vagem de algaroba, conto as estórias que ouço, pois gosto
de ouvir suas filosofadas.
E essa foi mais uma que contei...
Ele ficou silencioso o tempo todo
escutando a conversa, olhava pra longe, olhava pro chão, balançava a cabeça,
parecia inquieto... mesmo assim perguntei o que ele achava, que assim
respondeu:
- moço, casamento é um sistema que
acaba com o homem e dá vida à mulher se ele for doente de apego.
E continuou...
- o mundo tem bilhões de mulheres a
mais do que homem, mas o maluco cisma com uma...
Riu muito, mas levantou ligeiro e
saiu rápido, olhando para um lado e para outro, mas não quis mais conversa
comigo.
Moral da historia: para ficar sempre bonito,
não case, pois vai morrer bebendo porque não sai ou porque saiu do casamento...😁