Boanerges Cezário*
Dia desses, recebi uma mensagem de um velho amigo meu, do tempo em que a
gente se encontrava para fazer churrasco, tomar umas cervejas e jogar futebol.
Digo isso porque hoje bateu a mania de se falar muito ao celular e
redes, mas encontros presenciais são poucos.
Bem, mas lá pelos idos de 1993, criamos um time que batizamos de 16 de
Natal. O nome foi em homenagem à partida da estréia, cujo placar que tomamos
foi 16 x !, numa memorável pelada no campo da Caixa Econômica Federal em
Pium(RN).
A mensagem era assim:
“ meu velho, estou escrevendo um
livro e estou precisando de informações sobre o tempo do nosso 16 de Natal
Gostaria de saber se vossa
senhoria se encontrava no jogo que fizemos no MACHADÃO no qual fiz um gol do
meio de campo
Já falei com Roberto (um atleta
do time), que se lembra do gol , mas tem
alguns detalhes que gostaria de saber, caso você esteve lá e lembrar de alguma
coisa me contacte por aqui.’’
E continuou...
“Aderson, vulgo Neneto lembra de nada
Jussier não estava.
Exemplo de detalhes: Ano, mês, de preferência dia, posso omitir, mas
seria legal situar
Lembro que foi logo no início de
um dos tempos, ou no início do jogo ou no início do segundo tempo
Não me lembro qual foi o placar
Se não me engano viramos o jogo pra 2 x1
Eu fiz mais um gol e me lembro
como, mas machuquei o tornozelo e sai
de campo, tendo ido pro medico botado bota de gesso e em seguida, ido pra cerveja
Eu escrevi já alguma coisa
baseado nessas informações
Lembro que a bola quem deu o
passe foi Sérgio
Reclamou enquanto a bola caía
Mas depois claro ficou bem feliz”
No que respondi assim:
Amigo, eu não estava jogando nesse dia, mas vejo que pelo que você
falou, Roberto lembra do jogo, mas não dos detalhes; você não sabe se foi no
início do jogo, nem em qual tempo; também não lembra do placar, mas tem uma
vaga lembrança, que viramos o jogo para 2 x 1. Se viramos o jogo e o primeiro
gol foi seu, então você foi o artilheiro da rodada, o que já é uma boa lembrança.
Além do mais, machucou o tornozelo, botou bota e logo em seguida foi tomar
cerveja, que era sempre o terceiro tempo...Enfim, nosso querido Sérgio
(precocemente falecido) deu o passe , mas como não está entre nós, também não
poderá dizer nada...
Então, você acabou de contar uma bela história que não participei, mas
fez me lembrar do tempo bom que a gente se encontrava e mantinha laços de
amizade, longe, muito longe, de redes sociais...
O interessante ai, não sei você observou, é que a diferença do seu lance,
que foi um gol marcado do meio campo, para o de Pelé é que o seu ninguém se
lembra dos detalhes, mas aconteceu, mas sem celular na época , não teve como
filmar. Já o do Rei Pelé, todo mundo viu, mas o gol não aconteceu.
Moral da História: não há detalhes, nem imagem do seu gol, mas vale mais
do que o quase gol do Rei Pelé...ou não!?
Escritor*
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